Visibilidade invisível

178 invisível visívelAcho engraçado quando as pessoas dizem: “Se eu não posso ver, não vou acreditar.” Ouço muito isso quando as pessoas duvidam que Deus existe ou que inclui todas as pessoas em sua graça e misericórdia. Para não ofender, gostaria de salientar que não vemos magnetismo ou eletricidade, mas sabemos que eles existem por seus efeitos. O mesmo vale para o vento, a gravidade, o som e até o pensamento. Dessa forma, experimentamos o que é chamado de “conhecimento sem imagem”. Gosto de apontar esse conhecimento como de "visibilidade invisível".

Durante anos, confiando apenas em nossa visão, só podíamos especular sobre o que havia nos céus. Com a ajuda de telescópios (como o telescópio Hubble), agora sabemos muito mais. O que antes era “invisível” para nós agora é visível. Mas nem tudo que existe é visível. matéria escura, por exemplo B. Não emite luz nem calor. É invisível aos nossos telescópios. No entanto, os cientistas sabem que a matéria escura existe porque descobriram seus efeitos gravitacionais. Um quark é uma minúscula partícula especulativa a partir da qual prótons e nêutrons se formam no núcleo dos átomos. Com os glúons, os quarks também formam hádrons ainda mais exóticos, como os mésons. Embora nenhum desses constituintes de um átomo jamais tenha sido observado, os cientistas demonstraram seus efeitos.

Não há microscópio ou telescópio através do qual Deus possa ser visto, como as Escrituras nos dão em João 1,18 diz: Deus é invisível: “Nenhum homem jamais viu a Deus. Mas seu único filho, que conhece intimamente o Pai, nos mostrou quem é Deus”. Não há como “provar” a existência de Deus por meios físicos. Mas acreditamos que Deus existe porque experimentamos os efeitos de Seu amor incondicional e que tudo supera. Este amor é certamente altamente pessoal, intenso e concretamente revelado em Jesus Cristo. Em Jesus vemos o que seus apóstolos concluíram: Deus é amor. O amor, que não pode ser visto em si mesmo, é a natureza, a motivação e o propósito de Deus. Como diz TF Torrance:

“O fluxo constante e incessante do amor de Deus, que não tem outra razão para sua ação senão o amor que é Deus, foi, portanto, derramado sem consideração pelas pessoas e sem consideração por suas reações” (Teologia Cristã e Cultura Científica, p. 84).

Deus ama por quem ele é, não por quem somos e pelo que fazemos. E esse amor nos é revelado na graça de Deus.

Embora não possamos explicar totalmente o invisível, como o amor ou a graça, sabemos que ele existe porque o que vemos está parcialmente lá. Observe que eu uso a palavra "parcialmente". Não queremos cair na armadilha da presunção de que o visível explica o invisível. TF Torrance, que estudou teologia e ciência, afirma que o oposto é verdadeiro; o invisível explica o visível. Para explicar isso ele usa a parábola dos trabalhadores da vinha (Mateus 20,1:16), onde o dono da vinha contrata trabalhadores o dia todo para trabalhar nos campos. No final do dia, todos os trabalhadores recebem o mesmo salário, mesmo que alguns tenham trabalhado duro o dia todo e outros apenas algumas horas. Para a maioria dos trabalhadores, isso parece injusto. Como alguém que trabalha uma hora pode receber o mesmo salário de alguém que trabalha o dia todo?

Torrance aponta que os exegetas fundamentalistas e liberais não entendem o ponto da parábola de Jesus, que não é sobre salários e justiça, mas sobre a graça incondicional, generosa e poderosa de Deus. Essa graça não é baseada em quanto tempo trabalhamos, quanto tempo cremos, quanto estudamos ou quão obedientes fomos. A graça de Deus é baseada inteiramente em quem Deus é. Com esta parábola, Jesus torna "visível" a natureza "invisível" da graça de Deus, que vê e faz as coisas de maneira muito diferente de nós. O reino de Deus não é sobre quanto ganhamos, mas sobre a generosidade superabundante de Deus.

A parábola de Jesus nos diz que Deus oferece Sua maravilhosa graça a todas as pessoas. E enquanto todos são oferecidos o presente na mesma medida, alguns imediatamente escolhem viver em graça nesta realidade e, portanto, têm a oportunidade de desfrutar mais do que aqueles que ainda não fizeram essa escolha. O dom da graça é para todos. O que o indivíduo faz com isso é muito diferente. Quando vivemos na graça de Deus, o que era invisível para nós tornou-se visível.

A invisibilidade da graça de Deus não a torna menos real. Deus se deu a nós para que pudéssemos conhecê-lo e amá-lo, receber seu perdão e entrar em um relacionamento com ele como Pai, Filho e Espírito Santo. Vivemos por fé e não por vista. Temos experimentado Sua vontade em nossas vidas, em nossos pensamentos e ações. Sabemos que Deus é amor porque sabemos quem ele é em Jesus Cristo, que o "revelou" a nós. Como é em João 1,18 (Nova tradução em Genebra) está escrito:
“Ninguém jamais viu Deus. O único Filho O revelou a nós, Aquele que é o próprio Deus, sentado ao lado do Pai.” Sentimos o poder da graça de Deus ao experimentarmos também Seu propósito de nos perdoar e nos amar – o maravilhoso dom Dele de dar graça. Assim como Paulo diz em Filipenses 2,13 (Nova Tradução de Genebra) diz: “O próprio Deus está operando em você, tornando-o não apenas pronto, mas também capaz de fazer o que lhe agrada.”

Vivendo em Sua graça

Joseph Tkach
Presidente GRACE COMMUNION INTERNATIONAL


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