Compare, avalie e julgue

605 comparar avaliar e julgarVivemos em um mundo que vive principalmente de acordo com o lema: "Somos bons e os outros são todos maus". Todos os dias ouvimos falar de grupos gritando contra outras pessoas por razões políticas, religiosas, raciais ou socioeconômicas. A mídia social parece estar piorando as coisas. Nossas opiniões podem ser disponibilizadas a milhares mais do que gostaríamos muito antes de termos a oportunidade de repensar e responder às palavras. Nunca antes os diferentes grupos foram capazes de gritar um com o outro tão rapidamente e em voz alta.

Jesus conta a história do fariseu e do publicano que orava no templo: "Duas pessoas subiram ao templo para orar, uma fariseu, a outra publicadora" (Lc 18,10) É a clássica parábola sobre "nós e os outros". O fariseu declara com orgulho: «Agradeço-te, Deus, porque não sou como as outras pessoas, ladrões, injustos, adúlteros, nem mesmo como este publicano. Eu jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo que levo. O publicano, porém, ficou longe e não quis erguer os olhos ao céu, mas bateu no peito e disse: Deus, tem misericórdia de mim pecador! ” (Lucas 18,11-13).

Aqui Jesus descreve o cenário insuperável "nós contra os outros" de seu tempo. O fariseu é educado, limpo e piedoso, e faz o que é certo aos seus olhos. Parece ser o tipo de "nós" que se gostaria de convidar para festas e celebrações e que sonha em ser casado com a filha. O cobrador de impostos, por outro lado, é um dos “outros”, arrecadava impostos de seu próprio povo para a ocupação de Roma e era odiado. Mas Jesus termina a sua história com a frase: «Digo-vos: este publicano desceu justificado para sua casa, não aquele. Pois quem se exalta será humilhado; e quem se humilha será exaltado »(Lc 18,14) O resultado chocou seu público. Como essa pessoa, o pecador óbvio aqui, pode ser justificada? Jesus adora descobrir o que está acontecendo lá no fundo. Com Jesus não há comparações "nós e os outros". O fariseu é pecador e também cobrador de impostos. Seus pecados são menos óbvios e como os outros não podem vê-los, é fácil apontar o dedo para "o outro".

Embora o fariseu nesta história não esteja disposto a admitir sua justiça própria, pecaminosidade e orgulho, o coletor de impostos percebe sua culpa. O fato é que todos nós falhamos e todos precisamos do mesmo curador. «Mas estou a falar da justiça perante Deus, que vem pela fé em Jesus Cristo para todos os que crêem. Pois não há diferença aqui: todos eles são pecadores e carecem da glória que deveriam ter diante de Deus, e são justificados sem mérito por sua graça por meio da redenção que veio por meio de Cristo Jesus »(Romanos 3,22-24).

A cura e a santificação vêm por meio da fé em Jesus Cristo para todos os que crêem, isto é, que concordam com Jesus neste assunto e, portanto, permitem que ele viva nele. Não se trata de "nós contra os outros", trata-se apenas de todos nós. Não é nosso trabalho julgar outras pessoas. Basta entender que todos precisamos de salvação. Todos nós recebemos a misericórdia de Deus. Todos nós temos o mesmo salvador. Quando pedimos a Deus que nos ajude a ver os outros como Ele os vê, rapidamente entendemos que em Jesus não há nós e os outros, apenas nós. O Espírito Santo nos capacita a entender isso.

de Greg Williams