Comportamento cristão

113 Comportamento Cristão

O comportamento cristão é baseado na confiança e na lealdade amorosa ao nosso Salvador, que nos amou e se entregou por nós. A confiança em Jesus Cristo se expressa na fé no evangelho e nas obras de amor. Por meio do Espírito Santo, Cristo transforma o coração de seus crentes e os faz frutificar: amor, alegria, paz, fidelidade, paciência, bondade, mansidão, domínio próprio, justiça e verdade. (1. Johannes 3,23-24; 4,20-21; 2. Corinthians 5,15; Gálatas 5,6.22-23; Efésios 5,9) 

Padrões Comportamentais no Cristianismo

Os cristãos não estão sob a lei de Moisés e não podemos ser salvos por nenhuma lei, incluindo os mandamentos do Novo Testamento. Mas o Cristianismo ainda tem padrões de comportamento. Envolve mudanças na maneira como vivemos. Faz exigências à nossa vida. Devemos viver para Cristo, não para nós mesmos (2. Corinthians 5,15) Deus é nosso Deus, nossa prioridade em tudo, e Ele tem algo a dizer sobre a maneira como vivemos.

Uma das últimas coisas que Jesus disse a Seus discípulos foi ensinar o povo a "guardar tudo o que eu lhes ordenei" (Mateus 28,20) Jesus deu mandamentos e, como Seus discípulos, também devemos pregar mandamentos e obediência. Pregamos e obedecemos a esses mandamentos não como meio de salvação, não como norma de condenação, mas como instruções do Filho de Deus. As pessoas devem obedecer às suas palavras, não por medo de punição, mas simplesmente porque seu Salvador assim o diz.

A obediência perfeita não é o objetivo da vida cristã; o objetivo da vida cristã é pertencer a Deus. Nós pertencemos a Deus quando Cristo vive em nós, e Cristo vive em nós quando depositamos nossa confiança nele. Cristo em nós nos leva à obediência através do Espírito Santo.

Deus nos transforma na imagem de Cristo. Através do poder e da graça de Deus, estamos nos tornando cada vez mais semelhantes a Cristo. Seus mandamentos dizem respeito não apenas ao comportamento exterior, mas também aos pensamentos e motivações do nosso coração. Esses pensamentos e motivos do nosso coração requerem o poder transformador do Espírito Santo; nós não podemos mudá-lo simplesmente por nossa própria força de vontade. Assim, parte da crença é confiar em Deus para realizar Sua obra de transformação em nós.

O maior mandamento - o amor de Deus - é, portanto, a maior motivação para a obediência. Nós o obedecemos porque o amamos e o amamos porque pela graça ele nos introduziu em sua própria casa. É Deus quem trabalha em nós para realizar tanto a vontade como a realização de acordo com a sua boa vontade (Filipenses 2,13).

O que fazemos se não atingirmos o objetivo? É claro que nos arrependemos e pedimos perdão, com plena confiança de que está disponível para nós. Nós não queremos levar isso de ânimo leve, mas devemos sempre usá-lo.

O que fazemos quando os outros falham? Você condena e insiste que eles façam boas obras para provar sua justiça? Esta parece ser a tendência humana, mas é exatamente o que Cristo diz que não devemos fazer7,3).

Mandamentos do Novo Testamento

Como é a vida cristã? Existem várias centenas de mandamentos no Novo Testamento. Não nos falta orientação sobre como uma vida baseada na fé funciona no mundo real. Há mandamentos de como os ricos devem tratar os pobres, mandamentos sobre como os maridos devem tratar suas esposas, mandamentos sobre como devemos trabalhar juntos como igreja.

1. Tessalonicenses 5,21-22 contém uma lista simples:

  • Mantenha a paz um com o outro ...
  • Remove o bagunçado
  • conforta os fracos de coração, carrega os fracos, seja paciente contra todos.
  • Veja que ninguém retribui o mal ao outro com o mal ...
  • perseguindo o bem para sempre ...
  • Seja feliz o tempo todo;
  • orar sem cessar;
  • seja grato em todas as coisas ...
  • A mente não apaga;
  • discurso profético não despreza.
  • Mas verifique tudo.
  • Mantenha o bem.
  • Evite o mal em todas as formas.

Paulo sabia que os cristãos em Tessalônica tinham o Espírito Santo que poderia orientá-los e ensiná-los. Ele também sabia que eles precisavam de algumas admoestações e memórias elementares sobre a vida cristã. O Espírito Santo decidiu ensiná-los e guiá-los através do próprio Paulo. Paulo não ameaçou expulsá-los da igreja se eles não atendessem aos requisitos - ele simplesmente lhes dava mandamentos que os guiavam a trilhar os caminhos da fidelidade.

Aviso de desobediência

Paulo tinha padrões elevados. Embora o perdão do pecado esteja disponível, há penalidades para o pecado nesta vida - e às vezes incluem penalidades sociais. “Não te envolvas com aquele que se chama irmão e for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou blasfemador, ou beberrão, ou ladrão; você também não deve comer com um" (1. Corinthians 5,11).

Paulo não queria que a igreja se tornasse um porto seguro para pecadores óbvios e recalcitrantes. A igreja é uma espécie de hospital para recuperação, mas não uma "zona segura" para parasitas sociais. Paulo instruiu os cristãos em Corinto a disciplinar um homem que havia cometido incesto (1. Corinthians 5,5-8) e ele também a encorajou a perdoá-lo após se arrepender (2. Corinthians 2,5-8).

O Novo Testamento tem muito a dizer sobre o pecado e nos dá muitos mandamentos. Vamos dar uma rápida olhada em Gálatas. Neste manifesto da liberdade cristã da lei, Paulo também nos dá alguns mandamentos ousados. Os cristãos não estão sob a lei, mas também não são iníquos. Ele adverte: "Não seja circuncidado ou você cairá da graça!" Este é um mandamento bastante sério (Gálatas 5,2-4). Não seja escravizado por um mandamento desatualizado!

Paulo adverte os gálatas contra pessoas que tentariam "impedi-los de obedecer à verdade" (versículo 7). Paulo virou a maré contra os judaizantes. Eles alegaram obedecer a Deus, mas Paulo disse que não. Estamos desobedecendo a Deus quando tentamos comandar algo que agora é obsoleto.

Paulo dá uma guinada diferente no versículo 9: “Um pouco de fermento leveda toda a massa.” Nesse caso, o fermento pecaminoso é uma atitude baseada na lei em relação à religião. Este erro pode se espalhar se a verdade da graça não for pregada. Sempre há pessoas dispostas a olhar para a lei como uma medida de quão religiosas elas são. Mesmo regulamentos restritivos são favorecidos por pessoas bem-intencionadas (Colossenses 2,23).

Os cristãos são chamados à liberdade – “Mas veja que na liberdade você não dê lugar à carne; mas pelo amor sirvam uns aos outros” (Gálatas 5,13). Com a liberdade vêm as obrigações, caso contrário, a "liberdade" de uma pessoa interferiria na de outra. Ninguém deve ter a liberdade de levar outros à escravidão pela pregação, ou de ganhar seguidores para si, ou de mercantilizar o povo de Deus. Tal comportamento divisivo e anticristão não é permitido.

Nossa responsabilidade

“Toda a lei se cumpre numa só palavra”, diz Paulo no versículo 14: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo!” Isso resume nossa responsabilidade uns para com os outros. A abordagem oposta, lutar em benefício próprio, é de fato autodestrutiva (v. 15)

"Viva no espírito, e você não satisfará as concupiscências da carne" (v. 16). O Espírito nos levará ao amor, não ao egoísmo. Pensamentos egoístas vêm da carne, mas o Espírito de Deus cria pensamentos melhores. “Porque a carne se rebela contra o espírito, e o espírito contra a carne; estão uns contra os outros...” (v. 17). Por causa desse conflito entre o espírito e a carne, às vezes pecamos mesmo sem querer.

Então, qual é a solução, pelos pecados que tão facilmente nos infestam? Para devolver a lei? Não!
“Mas, se o Espírito vos governa, não estais debaixo da lei” (versículo 18). Nossa abordagem da vida é diferente. Olhamos para o Espírito e o Espírito desenvolverá em nós o desejo e o poder de viver os mandamentos de Cristo. Colocamos o cavalo na frente da carroça.

Olhamos primeiro para Jesus e vemos Seus mandamentos no contexto de nossa lealdade pessoal a Ele, não como regras "a serem obedecidas ou seremos punidos".

Em Gálatas 5, Paulo lista uma variedade de pecados: “Fornicação, impureza, libertinagem; idolatria e feitiçaria; inimizades, contendas, ciúmes, ira, brigas, discórdias, divisões e inveja; beber, comer e coisas semelhantes” (vv. 19-21). Algumas delas são comportamentos, algumas são atitudes, mas todas são egocêntricas e provêm de um coração pecaminoso.

Paulo nos adverte solenemente: "...aqueles que fazem estas coisas não herdarão o reino de Deus" (versículo 21). Este não é o caminho de Deus; não é assim que queremos ser; não é assim que queremos que a igreja seja...

O perdão está disponível para todos esses pecados (1. Corinthians 6,9-11). Isso significa que a Igreja deve fechar os olhos ao pecado? Não, a igreja não é um cobertor ou um porto seguro para tais pecados. A igreja deve ser um lugar onde a graça e o perdão são expressos e concedidos, não um lugar onde o pecado pode se espalhar incontrolavelmente.

"Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão, castidade" (Gálatas 5,22-23). Este é o resultado de um coração dedicado a Deus. "Mas os que são de Cristo Jesus crucificaram a sua carne com as suas paixões e concupiscências" (v. 24). Com o Espírito trabalhando em nós, crescemos em vontade e poder para rejeitar as obras da carne. Carregamos os frutos da obra de Deus dentro de nós.

A mensagem de Paulo é clara: não estamos debaixo da lei - mas não somos iníquos. Estamos sob a autoridade de Cristo, sob Sua lei, sob a direção do Espírito Santo. Nossa vida é baseada na fé, motivada pelo amor, caracterizada pela alegria, paz e crescimento. "Se andamos no Espírito, andemos também no Espírito" (v. 25).

Joseph Tkach


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